Acompanhamento Terapêutico On-line (AT-On): Uma Terapia Sem Fronteiras, a Distância?

Acompanhamento Terapêutico On-line (AT-On): Uma Terapia Sem Fronteiras, a Distância?

Neste pequeno artigo abordarei a temática do Acompanhamento Terapêutico On-line (AT-On), pensado como uma forma de “Terapia Sem Fronteiras” (TSF).
Para criar essa reflexão vou tomar como base um breve resgate histórico, diretrizes normativas (leis, resoluções), pesquisas científicas, experiência clínica presencial, atendimentos on-line e parte do conteúdo que disponibilizamos na nossa área de membros 24h da Psicologia on-line: http://portaldr.com/psicologia-online
 

Definição de Psicologia On-line

Breve História do Acompanhamento Terapêutico

O Acompanhamento Terapêutico (com outros “nomes”) vem sendo administrado, no mínimo, desde a década de 1960 em vários países, como, por exemplo, nos EUA, Inglaterra, Itália, Brasil, Argentina, Chile, México, Espanha, Uruguai, Paraguai, etc.
No início da sua história, esse tipo de cuidado à saúde não tinha esse nome: Acompanhamento Terapêutico (AT).
As suas denominações ainda são criadas constantemente de acordo com a língua de origem, a regulamentação local (legislação), o perfil do agente, o contexto da prática, as teorias de referência profissional, etc.
De regra, ainda é defendida a ideia de que o Acompanhamento Terapêutico é uma clínica presencial, com foco no tratamento de doenças ou na promoção de qualidade de vida dos pacientes com patologia grave, crônica ou até incurável. Podemos ir muito além disso, com base na lei, na ciência, na ética?
 

O Atendimento On-line

Tratamentos Via Internet: Normas e Histórico do Terapeuta On-line

Desde os anos 1980 lidamos com a informática e, a partir dos anos 1990, com a chegada da internet civil no Brasil, começamos a criar sites para geração de conhecimento sobre saúde.
Em 1997, começamos a usar a internet para esclarecimentos sobre temas da saúde e, a partir de 2005, através do nosso site “Portal Saúde”, fomos os pioneiros do Rio Grande do Sul (Brasil) a exercer o “serviço psicológico mediado pelo computador” (SPMC), com “selo” de aprovação do Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Resolução CFP nº 003/2000.
Ou seja, desde de 25 de setembro de 2000 é possível prestar atendimentos psicológicos on-line a pacientes em qualquer lugar do universo (com autorização oficial do CFP), desde que estejamos capacitados, legalizados e com acesso à meios de comunicação a distância.
Como escrevemos em 2 de fevereiro de 2017, no nosso livro “Psicologia on-line: na defesa de intervenções eficazes, sem fronteiras e com tecnologias inclusivas” (http://portaldr.com/psicologia-online), antes mesmo da invenção da internet, outros terapeutas já realizavam orientações psicológicas não presenciais.
Por exemplo, Sigmund Freud utilizava recursos de intervenções e orientações psicológicas a distância (no século XIX). Na sua época havia cartas de papel, e era com elas que ele estabelecia contato com seus clientes, colegas, mentores e supervisionandos (contato profissional a distância).
 

Psicoterapia Online: Pesquisa Científica Sobre Relação Terapêutica via Internet

 

Acompanhamento Terapêutico a Distância (AT-aD)?

Em 2017, lançamos o livro “Acompanhamento Terapêutico: terapia sem fronteiras” (http://portaldr.com/portal-at) junto dos colegas e amigos Alejandro Chévez, Andrea Montuori, Cíntia Viviane Ventura da Silva, Emilia Cueto, Gabriel Omar Pulice, Gustavo Pablo Rossi, Juan Manuel Rodriguez Penagos, Marco Antonio Macías López, Mayda Portela, Silvia Resnizky e Susana Kuras de Mauer e Vanessa Marques Sonego.
Nesse livro, no artigo intitulado “Acompanhamento Terapêutico via internet: a clínica sem fronteiras e on-line”, abordamos os atendimentos não presenciais.
Mostramos dados de pesquisas científicas que provam que o uso da terapia a distância para tratamento da depressão, ansiedade, fobia, pânico, estresse pós-traumático e transtornos alimentares obteve ótimos resultados (foi efetiva!).
Além disso, na mesma produção, mencionamos as pesquisas mais recentes que mostraram ótimo resultados no tratamento das adições, do jogo patológico, da psicose, de refugiados e imigrantes, de depressão em pacientes terminais e de deficientes auditivos.
Desse modo, conforme dados científicos e clínicos, os atendimentos clínicos on-line (terapia a distância) promovem saúde, qualidade de vida, tratamento de doenças de forma segurança, com eficácia e com eficiência terapêutica.
De acordo com a nossa experiência clínica a distância, o atendimento on-line é efetivo (ótimos resultados clínicos) e é muito variado o perfil de quem está se beneficiando dos atendimentos via internet.
Por exemplo, há paciente que exerça profissão com deslocando constante; surdo; mudo; paralítico, com doença terminal; quem ainda não consegue sair de sua casa; com influenza; caxumba; que reside no exterior; que não se adaptou aos tratamentos presenciais ou que além da terapia presencial necessita de suporte psicológico fora do consultório (entre as sessões clínicas); etc.
 

Atendimento Via Internet Com Computador, Tablet, Notebook ou Todos?

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4 Observações Sobre o Termo “Terapeuta” e os Atendimento Via Internet

1) no Brasil “TERAPEUTA” é qualquer profissional que trate/promova saúde de outros seres (independente de ter faculdade ou não). Logo, acompanhante terapêutico é terapeuta (no Brasil). Importante dizer que aqui, na sua maioria, os ats são estudante ou graduados na área da saúde (alguns com especialização, mestrado, doutorado e PhD).
2) No Brasil, Canadá, EUA, Inglaterra, Japão e vários outros países a TERAPIA ON-LINE foi reconhecida e é usada no sistema de saúde de forma oficial, com regulamentação. https://youtu.be/AN4EGwJTPdc
3) A terapia on-line tem respaldo em pesquisas clínicas e científicas (inclusive na NASA), sendo efetiva no TRATAMENTO de doenças. Por exemplo, depressão, crises de ansiedade, pânico, fobia, psicose, adições, jogo patológico, estresse pós-traumático, transtornos alimentares, etc. Por isso, ela foi reconhecida pelos CONSELHOS DE PSICOLOGIA de vários países. No Brasil, o primeiro reconhecimento oficial ocorreu em 2000 através da Resolução CFP nº 003/2000 de 25 de setembro de 2000. Veja o vídeo: https://youtu.be/RDxquRta0dg
4) Será que o nosso (polêmico e pequeno) artigo plantou uma “minúscula semente” no que vai ocorrer em outro países que ainda NÃO reconhecem os ATENDIMENTOS VIA INTERNET e o ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO como mais um tipo de TERAPEUTA?
 

 

Acompanhamento Terapêutico: Uma Terapia Sem Fronteiras!

Levando em consideração a nossa experiência clínica com o Acompanhamento Terapêutico, com a Psicologia on-line, com as normas e as pesquisas internacionais sobre efetividade dos atendimentos não presencias, afirmamos que o Acompanhamento Terapêutico on-line também pode ser uma forma efetiva de cuidado aos pacientes.
Por óbvio, não defendemos aqui a ideia de que os atendimentos on-line são a melhor opção para todos os terapeutas e pacientes, independente de diagnóstico, perfil, habilidade com tecnologias, etc.
Como qualquer outra forma de terapia (presencial ou a distância), não acreditamos em panaceias! Defendemos a criteriosa avaliação e indicação individualizada, caso a caso.
Assim, pensamos que o Acompanhamento Terapêutico é uma forma de Terapia Sem Fronteiras “por natureza”. Pois, desde a sua origem, mostra a disponibilidade de estar promovendo o bem, a saúde, a qualidade de vida, a inclusão junto do paciente, do acompanhado, lado a lado… em qualquer lugar.
Ao final, podemos afirmar que o acompanhante terapêutico (pelo menos no Brasil) pode desenvolver a sua atividade presencial ou on-line (com fundamento na norma, na pesquisa e na clínica). Esse terapeuta pode estar junto do paciente, mesmo que de forma não presencial, auxiliando nesse “fazer andarilho” que circula pelo real (concreto, mecânico) e virtual (digital), conforme as específicas necessidades dos envolvidos nessa dinâmica da clínica do Acompanhamento Terapêutico.
Autor: Alex Tavares – Psicólogo (CRP 07/11807), psicoterapeuta, mestre em Psicologia (UFRGS), professor e supervisor em Acompanhamento Terapêutico no Portal Dr.
 

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